E o mar fantasma: as ondas levantadas
assim, suspensas no ar, petrificadas,
como se acaso o tempo ali cobrisse
tudo o que existe - a vida, a terra, as mágoas -
num sudário de escombros e velhice,
petrificando até as próprias águas!
Corro a indagar dos mortos o segredo
que há nos restos dos braços das arcadas.
Grito às ruínas, aos túmulos. E quando
olho em torno de mim, vejo, com medo,
os olhos das estátuas assombradas
com os seus braços de pedra me acenando.
(Estrofe VII de O GRITO DAS ESTÁTUAS)
Magnífico!!!
ResponderExcluirSua escrita é soberba, declaro-me como um fã incondicional seu. Mas gostaria de saber como posso conseguir mais obras tuas? Mesmo sendo conterrãneo de vossa pessoa, é meio complicado encontrar seu livros, infelizmente.
Simplesmente perfeito!
ResponderExcluirUma visão maravilhosa dos sentimentos.